“É de menino que se torce o pepino, minha filha!”, já dizia minha avó para minha mãe em meus momentos “de arte”. Bom, foi uma frase bem presente na minha infância e há alguns dias ela voltou a fazer sentido, mas por uma nova ótica.
Para contextualizar, me refiro ao problema de um casal de amigos, que basicamente era sobre a educação financeira de seu filho, um (já gastador) garoto de uns 11 anos. A questão principal, a principio, era o corte de algumas despesas “supérfluas” (entre aspas por que ele insistia, e com bons argumentos até, em sua maioria embasados em questões sociais de grupos, que eram gastos essenciais) , todavia pude perceber que ia um pouco alem, passando principalmente por educação financeira, consumismo e planejamento de gastos.
Por sermos amigos e com sua permissão, me “intrometi” neste problema familiar, e junto a eles pude ver algumas falhas, soluções e partes interessantes desse problema, que é bastante comum, acreditem. Divido as partes mais relevantes nesse texto, e creio que poderá ser útil para alguns pais e jovens leitores.
Bom, falar de dinheiro não é fácil, com seu marido (esposa), filhos, namorado (a), colaborador e etc. é normalmente uma tarefa bem complicada. Principalmente quando é sobre controle de gastos, esse papo pode ser bem polemico, já que envolvem os gostos pessoais, o padrão de vida e até mesmo a cultura do seu alvo.
No caso específico dos filhos, começar de cedo é a melhor maneira de formar adultos conscientes e financeiramente responsáveis – e também não ser um pai (mãe) falido, não é?
Mas como?
Como tudo nessa vida, comece com o diálogo. Imposição só é uma boa quando é a ultima alternativa. Incluir as crianças na discussão do orçamento familiar, pagamento de contas, investimentos e o valor do dinheiro no tempo, dentre outras temáticas financeira, ajudam (e muito!) no aprendizado de como lidar com o dinheiro.
Finalizada a “teoria”, vá à prática!
São vários meios, mas o mais fácil é a mesada. Custa pouco e põe o garoto (a) em contato direto com o “problema”. Afinal, como dizia minha avó, “a gente aprende a nadar é quando tá dentro da água”.
Mas em tempos modernos, de Geração Y e etc. têm-se um meio mais interessante de fazer esse ensino aos filhos. Cartão de Crédito!
Importantíssimo ficar atento há alguns pontos, mas o principal é a maturidade do garoto (a). Apesar do maior controle de custos com o uso do cartão, não adiantará muito se ele é ainda não possuir um comportamento razoável com dinheiro, caso contrário, mais válido treiná-lo um pouco mais a usar o dinheiro, e só então dar esse mundo de facilidades para ele (a).
Quanto aos bancos, alguns já possuem produtos e pacotes diferenciados (lembrando que o titular precisa ter mais de 18 anos). Algumas instituições permitem que os pais titulares de cartão contratem cartões adicionais, e permitem que os pais controlem os gastos dos filhos via internet banking, alem de limitar o uso do cartão a algumas despesas até certo limite de valores. Ponto para o cartão!
Se utilizada de forma correta, a “mesada de plástico” garante independência, praticidade e um ganho sensacional de experiência ao filho, além de muita tranqüilidade e segurança aos pais. Mas vale ressaltar, educação se faz com exemplo, então valorize seu dinheiro e seu filho provavelmente fará o mesmo.