quinta-feira, 22 de abril de 2010

Responsabilidade Social e Terceiro Setor



Caros leitores, estou engajado em um projeto bastante interessante. Não o é pelo que se propõe em si, que é a formalização de uma proposta de financiamento (algo corriqueiro para quem está envolvido há algum tempo em questões financeiras), mas sim pelo objetivo por trás disso, que é o auxilio para entidades do Terceiro Setor. Não entrarei nos méritos do projeto, mas acho interessante tratar sobre esse tema.

Nada mais justo do que iniciar deixando claro, e de forma simples, o que é: o Terceiro Setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. E, além disso, que fiquem claros também: 1) Primeiro Setor, que é o governo, responsável pelas questões sociais e 2) Segundo Setor, a área privada, responsável pelas questões individuais.


O Terceiro Setor é formado por alguns players principais, a saber:

As Organizações Não Governamentais (vulgas ONG´s), que são associações da sociedade civil, com finalidades públicas e sem fins lucrativos. Trabalham desenvolvendo ações em diferentes áreas linkadas às necessidades sociais, mobilizando a opinião e as ações públicas

Fundações

São instituições sem fins lucrativos, geralmente vinculados às grandes empresas, que financiam o Terceiro Setor. Suas ações vão da disponibilização de recursos financeiros e outros (humanos, materiais e etc.) às entidades beneficentes até realização de projetos próprios.

Empresas com Responsabilidade Social Empresarial

São organizações que possuem em sua cultura organizacional pilares de responsabilidades que vão além daquelas preconizadas pela antiga Administração (lucro, retorno aos acionistas...). O objetivo destas instituições é alcançar altos patamares de desempenho em seus negócios, beneficiando todos (ou boa parte) seus stakeholders (públicos com os quais se relacionam como funcionários, governo, fornecedores, sociedade, dentre outros).


As transformações sócio-econômicas das últimas duas décadas têm afetaram profundamente o comportamento do mundo corporativo brasileiro, até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Vale ressaltar que setor privado é main player na criação de riqueza e que é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabilidade (dizia o sábio Tio Ben, em Homem Aranha 1). Em função dos recursos usados (e não se atenham somente aos naturais, incluam na conta os sociais) toda empresa tem uma intrínseca responsabilidade social.

Está claro que é relativamente recente toda essa idéia de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), mas é latente o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência e responsabilidade nos negócios. Todavia (e infelizmente), muitos ainda confundem o conceito e suas práticas com filantropia e caridade, ou ainda, abordam essa temática como pura oportunidade para realização de Marketing Social. Fique registrado que essas motivações deturpam completamente a função social intrínseca da RSC e, provavelmente, tornarão ineficazes essas ações!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A roupagem premium do seu produto

Uma das maiores associações à Bélgica é o chocolate aqui produzido, o que é muito explorado como atividade para atingir turistas, o assunto do post de hoje.
A qualidade é inquestionável, mas o que realmente chama atenção é a propriedade com que os "chocolatiers" tratam seus produtos e clientes, colocando seus chocolates na categoria "premium".

Um desses casos, e que realmente chama a atenção, é o da chocolateria Stephan Dumond, em Brugges.

Quando passei por lá, foi impossível não reparar na vitrine (foto abaixo), a qual retrata como a pequena empresa coloca seu produto em um outro patamar. O preço? € 48,00 pelo quilo. Cerca de R$125,00.
No marketing, não se cria desejo, enfatiza-os. Exatamente o que essa pequena empresa faz e entendeu muito bem. Mais do que o produto por si  só, ela vende a experiência de exclusividade, de se comer um chocolate artesanal no país de um dos melhores chocolates do mundo, em um ambiente singular.

Em um mercado tão acirrado na Bélgica, uma pequena empresa conseguiu diferenciar-se unicamente pelo seu posicionamento e tratamento aos clientes. Isso explica o fato de ela ser citada em vários sites de turismo na cidade nas sessões "What to do in Brugges".

domingo, 11 de abril de 2010

Dicas para processos seletivos


Recentemente, participei, como avaliador, do processo seletivo da AIESEC em Goiânia e, baseado nas coisas que eu vi e ouvi, resolvi escrever este artigo para dar algumas dicas básicas de como se comportar em um processo de seleção.

A primeira coisa a se fazer é o currículo. Pesquise alguns modelos na internet antes de fazer o seu. Leia sobre o assunto. A rede está tão cheia de informações que determinados erros são absolutamente inaceitáveis. Dentre as gafes mais comuns estão: excesso de informações desnecessárias (como o curso de Ballet clássico feito aos 5 anos e em qual escola você concluiu o jardim de infância), ausência de informações importantes (como o nome ou a formação acadêmica), layout inadequado, dentre outros.

Depois do currículo, vêm as dinâmicas de grupo. Essa é, talvez, a parte mais complicada de qualquer processo seletivo. É o momento em que a empresa vai verificar se você tem ou não o perfil que ela procura e não existe, para isso, uma receita de bolo. Porém, é imprescindível que você estude a organização e que tente alinhar os seus objetivos com os objetivos dela.

Procure se vestir adequadamente. Nada de decotes, saias curtas, camisetas cavadas, bermudas, chinelos, bonés ou semelhantes. Trate a seleção com seriedade. Na hora das dinâmicas, ouça os colegas, argumente e dê sugestões. Lembre-se que, em dinâmicas de grupo, não são os resultados que são avaliados, mas sim como que o grupo chegou a ele. Preste bastante atenção às instruções dos avaliadores, por que elas são, por motivos mais do que óbvios, cruciais para a execução do que foi pedido.

Após esta fase, em geral, acontecem entrevistas. Mais uma vez, estudar a organização e se vestir adequadamente são essenciais. Antes de ir para qualquer entrevista de emprego, tenha na ponta da língua três pontos positivos e três pontos negativos em você. Evite usar clichês como “dinâmico”, “perfeccionista”, “pró-ativo” ou “movido a desafios”. Na hora de falar dos defeitos, seja sincero e diga que ações você está tomando para resolver estes problemas.

Parecem dicas simples, mas é impressionante a quantidade de pessoas formadas ou quase lá que ainda cometem erros graves. Muitas das coisas que foram citadas aqui realmente aconteceram. Portanto, antes de participar de qualquer processo seletivo, estude. Estude a empresa, estude o seu comportamento e estude as fases do processo. Fazer isso já é o primeiro grande passo em direção a contratação.

Logistica e Geração de Valor


O conceito de Cadeia de Valor foi desenvolvido por Michael Porter, 1986. Ele destaca a agregação de valor através da realização de atividades primárias e secundárias. Para Porter, não é possível entender a vantagem competitiva sem analisar a empresa como um todo. A análise da cadeia de valor busca enxergar a empresa como um conjunto de atividades inter-relacionadas que buscam agregar valor específico ao cliente. Podemos entender ainda o conceito de cadeia de valor como as novas estruturas e processos com os quais as organizações procuram se preparar estrategicamente.

Partindo desse conceito, é interessante trazer a Logística a um ponto de bastante destaque dentro da cadeia. Enquanto ciência, a Logistica Trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilita o fluxo de produto desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação de que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar nível de serviços adequados aos clientes a custo razoável. Enquanto diferencial competitivo, vai muito além disso!

Dentre outros que devem existir (e outros que provavelmente aparecerão), alguns pontos fundamentais em logística impactam diretamente o cliente em sua satisfação com o produto vendido pela organização. Vamos a eles!


Regra básica em Administração é a necessidade de fidelização de clientes, o que, num mercado aberto e globalizado, é desafiante como uma guerra. São várias as variáveis que determinam a conquista de um cliente, podendo citar desde o tradicional preço, até modernas ferramentas de CRM (do inglês, Customer Relantionship Management – Gestão de Relacionamento com Cliente). Dado isso, algo que pode passar desapercebido (e geralmente passam, por estar “nos bastidores” da empresa) é justamente um dos maiores índices de reclamações e insatisfação de clientes, e que mina (quando não destrói!) a relação Empresa-Cliente, falamos da eficiente entrega de produtos.

Dentre outros aspectos de decisão estratégica de Logística nesse processo, destaca-se e defini-se:

Estoque de Segurança: é o estoque necessário para resolver as
variações de demanda e do fornecedor durante o prazo de entrega;

Ponto de Pedido: È o estoque necessário para atender a demanda
média durante o prazo de entrega mais o estoque de segurança;

Transporte: Responsável pela movimentação das matérias primas e dos produtos acabados. Consome, em média, de um a dois terços dos custos logísticos.

Lead time: Tempo decorrido entre a formalização do pedido e sua entrega efetiva a cliente

Armazenagem: Gestão do espaço necessário para manter estoques de matérias primas e e produtos acabados, gerador custos para a empresa.


Fornecer melhor feedback sobre quais produtos estão sendo vendidos, quando e para quem, com fins de aprimorar o o serviço, são apenas alguns dos benefícios da boa Gestão em Logística (ressaltando a importância do bom uso de ferramentas de T.I), bem como lead times menores. Sendo assim, grandes empresas ( com ênfase nos grandes varejistas/atacadistas – e inclua-se aqui os gigantes do E-commerce) ao aplicarem boas práticas de Logística em seu processo de vendas obtêm vantagem competitiva (ou possibilidade de sobrevivência) no mercado.

Outros pontos importantes são: confiabilidade de entrega; desburocratização; informação sobre posição do pedido (Se foi confirmado, se está em curso de entrega, e etc); bem como possibilidade de reclamação ou sugestões para a empresa.

Além dos aspectos vinculados aos clientes, a Logística ainda figura como nova fronteira de vantagem competitiva em aspectos financeiros, com de larga escala para a empresa. Pense e espere, isso é tema para um próximo artigo!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lego: marketing inteligente voltado ao consumidor

Quem passa pela Potsdamer Platz, em Berlin, se depara com uma enorme girafa feita em peças de lego, isso para divulgar a “Legolândia”, que fica próximo ao local. O animal mede 6 metros de altura e foi feito com cerca de 15 mil pecinhas de lego.

Quando cheguei em Liège, cerca de 20 após passar por lá, os jornais daqui publicaram que “mais uma vez, o rabo da girafa fora roubado”, e que “a população de Berlin insatisfeita com a situação, por se tratar da quarta vez que ocorre o fato”.

A notinha divulgava que o valor da tal girafa gira em torno de 3 mil euros, um valor irrisório para uma empresa como essa e nada comparável a uma exposição de anúncios em umdos locais mais visitados de uma das mais importantes capitais do mundo.

É uma grande oportunidade para as empresas; investir nas cidade, associando benefícios ao seu público. No caso da Lego, inusitada peça ornamental fotografada inúmeras vezes diariamente, aliada ao benefício “entretenimento” da Legolândia. Ações como essas aproximam marca e consumidor, o que explica a reação dos cidadãos frente à notícia do “rabo roubado”, que já vê o monumento -presente desde 2007 - como patrimônio da cidade de Berlin.

A marca deve ter um sentido e saber se comunicar com seu consumidor, entendendo-o e fazendo-se entender. O marketing faz sentido assim, voltado em favor ao seu público-alvo.

Uma forma simpática e baixo custo, capaz de atrair atenção de turistas, moradores e jornais do mundo inteiro. O resultado disso, todo mundo imagina.

sábado, 3 de abril de 2010

E-commerce, Sexo e uma oportunidade.


Se existir um problema que o pessoal de marketing costuma enfrentar (e tem sérias dificuldades) quando tem que vender algum produto, com certeza apontaria aquele que envolve pudores, intimidades e outros temas de ordem cultural.

Pois bem, este era um conceito que eu já tinha em mente, vindo das aulas de Marketing na faculdade, algumas leituras e até mesmo de experiências na vida.

E como a vida é sempre surpreendente, esse tema se “materializou” ontem à noite, a partir de um comentário que ouvi em um pub, em uma mesa ao lado. Só pra constar, estes foram (ao que me lembro) os ditos “Gostaria de mais diversão sim, mas morro de vergonha de ir a Sex (shop)”.

Fato é, sexo e erotismo sempre foram cercados de tabus e preconceito. E nesse bolo eu incluo tudo que os cercam, desde a prática em si, até negócios (muito rentáveis, que eu diga de passagem) envolvidos com o tema, como o cinema erótico, lojas especializadas, revistas e muitos outros.

Conforme comentei, são negócios bastante interessantes, e em expansão devido à abertura de mente das gerações, no passar do tempo. Todavia, como costumam ser as mudanças de ordem cultural (seja em povos, empresas ou organizações), são processos lentos e geralmente causam grande impacto, quando não rejeição. E é o que ocorre nesse mercado!

Recordando o que disse a vizinha de mesa, acho válido ressaltar a importância que teria um bom e-commerce aliado a esse tipo de negócio. E é por motivo simples, na Internet todos os tabus, receios e preconceitos desaparecem em função do ambiente digital. Não conheço, ainda, um modelo de negócios que seja assim para poder analisar e tirar maiores onclusões, mas listarei os três primeiros prós que me surgiram em alguns minutos de reflexão sobre o tema.

1) O maior valor para esse segmento de mercado: Anonimato

Naturalmente o primeiro diferencial que veio a cabeça, e certamente é o grande atrativo deste "possível novo” modelo de negócios. Afinal, nem todo mundo gosta de ter sua intimidade exposta, tão pouco espalha por aí que fez compras em uma sex-shop. Seja por pudor ou por vergonha, o comum é manter isso em segredo.

2) Um fator de sucesso do E-commerce em si: A capacidade de variedade de produtos

A ausência da loja física (ou a não-limitação a somente esse tipo de canal de vendas) gera a possibilidade do uso do capital, então gasto na manutenção do local, para ampliação e diversificação de estoques e acomodação destes. E para o cliente, nada melhor do que poder encontrar tudo o que se quer no mesmo lugar, com a liberdade de estar em casa, trabalho, aeroporto...!

3) Uma boa sacada! Uma possível micro-segmentação deste mercado

De acordo com Keller e Kotler, está é uma das grandes (senão a grande) apostas de uma empresa com um marketing eficiente: Especialize-se no seu nicho de mercado!
E no site, isso fica muito mais fácil. Bastam novas abas, atalhos ou link, e tudo isso bem encaixado em um layout atraente para poder gerar essa especialização de forma simples, acessível e envolvente.