domingo, 28 de fevereiro de 2010

Hora de (re)engordar o porquinho


O Banco Central vai recolher R$ 71 bilhões, dos quase R$100 bilhões que injetou no mercado financeiro em compulsórios no auge da crise de 2008. Essa ajuda ao potencial de crédito, ofertada aos bancos, para auxilio aos pequenos e médios empresários visava principalmente manter a oferta de credito na economia, alem de garantir liquidez a estes empreendedores, alguns dos principais motores de uma economia.

Essa medida se concretizará em 2 etapas:
A alíquotas sobre os depósitos a prazo volta ao patamas dos 15% (ante os atuais 13,5%); e a exigibilidade sobre os depósitos de modalidade à vista e à prazo, voltando aos antigos 8%, frente aos atuais 5% e 4 %, segundo Henrique Meirelles. As ações devem retornar, respectivamente, 34 e 37 bilhões aos cofres do Banco Central.

Essas medidas são importantes para a regulação da liquidez do mercado financeiro, além de recomporem os cofres do país após o uso de parte das reservas durante a crise. Todavia, essa medida certamente trará efeitos de demanda agregada, encarecendo os juros e inibindo o volume de crescimento e investimentos na economia.

É preciso esperar como essa alteração influenciará na mudança da taxa SELIC, pelo Copom, em março, para então ver os efeitos na economia real do país.

Nike e marketing social/verde

Na última quinta-feira a Nike anunciou o novo uniforme das nove seleções (patrocinadas pela empresa) que disputarão a Copa do Mundo em 2010, incluindo a do Brasil. A novidade fica por conta do material do qual as camisas são produzidas: 100% poliéster, provenientes da reciclagem 8 garrafas PET descartadas.


Interessante perceber a movimentação de uma empresa como a Nike, um símbolo do capitalismo mundial, para mudar sua imagem, ainda abalada pelo escândalo de exploração de crianças e trabalhadores de fábricas em países como China e Taiwan. No website da empresa existe ainda uma seção exclusiva sobre o “ConsideredDesign”, filosofia aplicada na empresa, sob a alegação de que “a Nike está usando inovação e design para ajudar a criar um mundo melhor, minimizando nossos impactos...”.
A empresa anunciou ainda seu apoio à RED, campanha lançada por Bono Vox (U2) para combate ao vírus da AIDS na África. Foram fabricados 1 milhão de cadarsos vermelhos, que serão vendidos ao preço de 4 euros com o slogan: "Lace them up. You’ll save a life". A renda será toda destinada ao projeto.


Um dos meus primeiros posts foi sobre a “One”, levantando o questionamento se consumidores estariam dispostos a pagar mais por determinados produtos, pelo seu caráter social/ecológico.
Na semana passada, o @FabioBasso comentou em seu twitter que o “marketing verde deveria ser repensado”. Como ele mesmo propões, “Não é incomum nos depararmos com empresas que tentam se comunicar de forma “verde”, porém faltam-lhes projetos ambientais concretos para criar visibilidade”.


E no caso da Nike: por mais que atos como o acima ajudem a minimizar os impactos, seria a empresa vista como ecologicamente correta devido ao seu passado? Até que ponto consumidores considerariam unicamente marketing, preocupação efetiva ou hipocrisia?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A importância do Branding - exemplos de marcas

Um dos fatores mais importantes de sucesso de uma empresa é o modo como ela gere sua(s) marcas. Ter um posicionamento consolidado é fator chave para se manter em um mercado cada vez mais acirrado (assunto tratado no post anterior) no qual empresas devem se comunicar de forma clara e interativa com o consumidor. Entra aí está a importância da identidade visual de uma marca, independente do segmento.
A importância da identidade visual está em transparecer algo que vai além do que está exposto, bem como ser relacionada a seu produto ou serviço imediatamente após vista. É o caso da Unilever, detentora da marca brasileira Kibon.
Pelos países os quais passei a ‘’Kibon’’ estava sempre presente de forma forte, aproveitando ocasião de verão na europa. A grande sacada é que, em todos esses países foi  possível perceber que se tratava da marca da Unilever unicamente por sua identidade visual : a heart-brand. O nome no entanto, era sempre diferente de um país para o outro.
 Logos da Kibon pelo mundo
Um outro exemplo interessante é a famosa garrafinha de coca-cola ou mesmo sua latinha vermelha, um exemplo clássico de marca consolidada e reconhecida em qualquer parte do mundo.
O fato é que mesmo marcas consolidades, muitas vezes precisam renovar ou rejuvenescer sua comunicação visual, porém, deve-se ter cuidado com o modo como ela é feita para não confundir consumidores eventuais ou clientes esporádicos. Para mim, um exemplo claro é a nova logo da Pepsi. Sim, mais moderna e talvez mais adequada à velocidade de desenvolvimento do mundo mas ao mesmo tempo uma quebra de relações, ao meu ver, com os antigos clientes devido a uma mudança tão brusca e ousada.

Logo Pepsi antes de atualmente
Um exemplo bacana é a mudança de postura do McDonald´s, através da campanha “Amo muito tudo isso”,  que valoriza ainda mais o seu inconfundível ‘’M’’. Em toda a sua vinculação da publicitária o ‘’M’’ passa a aparecer sozinho, acompanhado somente da assinatura “I´m loving it’’ que se difere entre os países de acordo com o idioma. 
 McDonald´s - Logo antigo e da atual campanha
Deixo uma pergunta...qual sua opinião sobre o novo logo da Pepsi?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Concorrência acirrada

Com alguns meses fora e talvez mais tempo para observar as coisas que muitas vezes nos passam batidos pela correria do cotidiano, fica fácil perceber o atual ambiente competitivo do mercado. Certa vez li uma pesquisa de 2007 afirmando que “as empresas perdem anualmente 20% de seus clientes”. Acredito que muito disso tenha relação com algo que tratei alqui algumas vezes: entender o consumidor. E aquele que entende seu consumidor se comunica melhor com ele e assim, fortalece sua marca através de clientes fiéis. É esse o motivo pelo qual a Apple se diferencia. Resultado: alto brand equity e tantos fãns espalhados pelo mundo.
Nesse contexto de concorrência acirrada, percebe-se o quanto está ficando acirrada a coisa e o quanto as empresas estão se atacando frente a frente.
Passei a usar o facebook com mais frequência porque todos os amigos estrangeiros aqui o usam. Por volta de outubro de 2009, o facebook exibia uma mensagem para que o usuário convida-se seus amigos do orkut para integrar o Facebook.
A migração dos usuários fez com que o Orkut se renovasse, com o lançamento do “Novo Orkut”, prova de que a concorrência leva à busca do aperfeiçoamento por parte das empresas.Em Budapeste passei por uma loja do Burger King que continha, no topo do mesmo prédio, os dois famosos arcos dourados do McDonald´s, mesmo que alí não houvesse uma loja da concorrente.
Semana passada, no supermercado Delhaize, vi mais uma guerra direta ao concorrente Aldi: abaixo do preço do quejo Emmental, um anúncio “Mesmo preço que no Aldi. Aqui é melhor!”Ri e me impressionei. Procurando notícias sobre isso, encontrei um depoimento do dep. de Marketing do Grupo Delhaize afirmando se tratar de uma campanha para “mudar a imagem de produtos caros que a rede apresenta”.
Lembrei da histórica batalha entre Coca-Cola e Guaraná, principalmente com esse anúncio, de quando eu ainda era bem novo.

E você? Tem algum exemplo de brigas diretas? É a favor desse tipo de concorrência?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Boa notícia para o país


O presidente do BC, Henrique Meirelles, liberou o PMDB goiano para a escolha do candidato ao governo do Estado sem sua participação. O que é muito bom para todo o país!

A atuação de Meirelles à frente do Banco Central é algo notável. Como o primeiro Administrador profissional a comandar a principal instituição financeira brasileira, ele implantou medidas há anos adotadas pelas maiores potencias e, quase sempre, rejeitadas dentro do país.

Dentre elas, fim e inversão da dívida do país, passando da condição de devedor para credor do FMI; e a formação de uma gorda (e salvadora) reserva cambial em dólar.

Em junho de 2009 já se anunciava que o Brasil aportaria no Fundo Monetário Internacional 10 bi de dólares, algo que se concretizou agora, no inicio de 2010. Já as reservas cambiais vêm de um processo mais lento, que se iniciou junto ao primeiro mandato de Lula e veio evoluindo até atingir os U$$ 200 bi de caixa, que amenizaram os efeitos do turbilhão financeiro do fim de 2008 e todo 2009, alçando o país a uma posição de destaque na comunidade internacional (algo poucas vezes visto em nossa história - senão nunca).

Por isso a importância da manutenção de Meirelles na direção do BC do Brasil. Sua competência frente às questões macroeconômicas do país trouxe a estabilidade financeira e o respeito mundial minimamente necessários a um país que almeja (e há muito tempo) se tornar um player importante e decisivo no cenário global.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Falando a língua do consumidor

Escrevi o último post comentando sobre as percepções, necessidade e resultados de se pensar no consumidor ao se tratar de produtos ou serviços.
Sem dúvida, o resultado de algo feito pensando no seu target é bem superior quando comparado à algo sem o mínimo de exclusividade.

Em estudos sobre comportamento do consumidor, entende-se que o composto do mercado se inicia com a variável "Vontade, Necessidade e Desejo". É ela que conduz ao consumo do produto e reações pós-venda. No marketing, muito se fala em criar "Vontade e Desejo" - embora eu acredite ser um processo de evidenciação de desejos/necessidades latentes e não criação. Esse o motivo pelo sucesso imenso de produtos personalizados e edições limitadas.

A razão pela qual voltei a escrever sobre o assunto aqui foi uma viagem até Milão, conhecida como a "capital da moda". A cidade é repleta de vitrines muito bem elaboradas e uma delas, em especial, me chamou muito a atenção. As vitrines têm um papel fundamental no processo de decisão de compra;
É a vontade de ter, aliado ao desejo de status e a evidência dessa necessidade, para se sentir bem.

A Dirk Bikkembergs, faz muito bem o papel. A marca do estilista belga, direcionada ao público masculino associa sofisticação e esporte. Além da decoração particular de suas lojas, a marca trabalha com estratégias como ter o seu próprio time de futebol, o Bikkembergs F.C Fossombrone, na Itália. O time carrega também referências à moda em seu website.

Não só os produtos, mas toda a comunicação é feita para homens, usando elementos que tomam conta do universo masculino, como mulheres e futebol.

A vitrine abaixo, na cidade de Milão, ilustra bem isso. Não vi uma pessoa que não parou frente à decoração e a reação masculina é sempre entusiasmada. A atitude é simples, a idéia não é genial mas o resultado é grande, bem como o buzz que isso gera, além de acrescentar o fator "personalidade" à marca.

Quadro de mulher nua e TV de plasma com transmissão sobre futebol


Casal observa a vitrine