domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nike e marketing social/verde

Na última quinta-feira a Nike anunciou o novo uniforme das nove seleções (patrocinadas pela empresa) que disputarão a Copa do Mundo em 2010, incluindo a do Brasil. A novidade fica por conta do material do qual as camisas são produzidas: 100% poliéster, provenientes da reciclagem 8 garrafas PET descartadas.


Interessante perceber a movimentação de uma empresa como a Nike, um símbolo do capitalismo mundial, para mudar sua imagem, ainda abalada pelo escândalo de exploração de crianças e trabalhadores de fábricas em países como China e Taiwan. No website da empresa existe ainda uma seção exclusiva sobre o “ConsideredDesign”, filosofia aplicada na empresa, sob a alegação de que “a Nike está usando inovação e design para ajudar a criar um mundo melhor, minimizando nossos impactos...”.
A empresa anunciou ainda seu apoio à RED, campanha lançada por Bono Vox (U2) para combate ao vírus da AIDS na África. Foram fabricados 1 milhão de cadarsos vermelhos, que serão vendidos ao preço de 4 euros com o slogan: "Lace them up. You’ll save a life". A renda será toda destinada ao projeto.


Um dos meus primeiros posts foi sobre a “One”, levantando o questionamento se consumidores estariam dispostos a pagar mais por determinados produtos, pelo seu caráter social/ecológico.
Na semana passada, o @FabioBasso comentou em seu twitter que o “marketing verde deveria ser repensado”. Como ele mesmo propões, “Não é incomum nos depararmos com empresas que tentam se comunicar de forma “verde”, porém faltam-lhes projetos ambientais concretos para criar visibilidade”.


E no caso da Nike: por mais que atos como o acima ajudem a minimizar os impactos, seria a empresa vista como ecologicamente correta devido ao seu passado? Até que ponto consumidores considerariam unicamente marketing, preocupação efetiva ou hipocrisia?
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